Aprender Música
2013, o ano dos tecladistas.
Realmente este ano o cenário está bom para os tecladistas e acho que está ressurgindo uma nova onda de instrumentos diferentes. São um misto de características retrôs, como monofonia e circuitos analógicos, mas ao mesmo tempo alguns trazem uma saturação apimentada, muito provavelmente influenciada pelo DubStep, que eu particularmente não sou muito fã, mas infinitamente aplicável em qualquer outro estilo. Obviamente nem todos.
Logo no comecinho do ano (no finalzinho do ano passado já se falava nele) apareceu o Moog Sub Phatty, provavelmente o sintetizador mais acessível da Moog, mas que mesmo assim não sai por menos de 1000 verdinhas americanas. O Moog Sub Phatty é um sintetizador monofônico de 25 teclas com dois osciladores cada um com o clássico controle variável de forma de onda desde triangular até Sample and Hold, gerador de ruído (quase rosa) um suboscilador e o clássico filtro Ladder (LPF) da Moog, resumindo: Eu quero um! O lance interessante é que ele tem o circuito de produção de som 100% analógico, mas todos os controles emitem sinal MIDI e tem segunda função, meio parecido com seu irmão Little Phatty, e, portanto, pode ter presets salvos no próprio instrumento e também receber comandos MIDI de automação vindas do Live, por exemplo, graças a sua conectividade USB. O som me pareceu muito bom nos vídeos que assisti, mas fiquei preocupado com uma coisa: O Cyril Lance, o engenheiro chefe da Moog, disse que os osciladores e o filtro são diferentes de tudo que já foi criado até agora pela empresa, ou seja: não deve ter a mão do Bob, já que ele se foi em 2005 e o último projeto dele foi o Little Phatty, mas o Cyril me pareceu uma pessoa sensível e, como ele se formou em física, toca guitarra, trabalhou em projetos militares nos Estados Unidos e foi pessoalmente escolhido pelo Bob para ser seu substituto, quem sou eu para argumentar coisa alguma? Conclusão: Quero um assim mesmo!
Segura: O "Tchan" do Sub Phatty, além de ter um suboscilador que lhe dá o nome, é o recurso Multidrive, que dá aquela saturada clássica daquele "erro" de projeto, mas vai além e passa claramente ao caráter característico de nossa época e que não existe em nenhum outro sintetizador vintage, portanto é moderno, mas antes que seus botões passem do número 6 (aliás alguns vão ao 12) o Sub Phatty é perfeitamente capaz de produzir aquele som clássico Moog, passando dos leads aos percussivos.
Quando vi o Sub Phatty pela primeira vez na vida eu achei que ele era o sintetizador mais lindo que eu já tinha visto no mundo. Depois quando descobri que ele tinha um gerador de ruído fiquei ainda mais animado. Depois de ouvir e ver centenas de review (inclusive as melhores de todas são do Sr. Amos Gaynes da própria Moog que não sei ao certo se é humano, de Vulcan ou o irmão mais esperto do Sheldon Cooper) estou convencido que esse é o sintetizador mais importante, charmoso e expressivo de todos desde o minimoog. Só me resta comprovar pessoalmente quando chegar o meu, sabe-se lá quando...
Este ano também apareceu o MiniBrute da Arturia, que ainda não comprei, pois caiu a ventoinha do radiador do meu carro, fora outros probleminhas, que me custaram praticamente o seu preço. O Mini Brute também é um sintetizador monofônico interessante, inclusive no quesito preço, daí ser a minha primeira opção dessa nova geração. Ele tem um oscilador apenas, mas tem um suboscilador. Há faders para abrir o som das diferentes ondas, incluindo ruído, um filtro Steiner Parker desenhado pelo próprio Nyle Parker e revisado por ele mesmo e seu diferencial é o arpejador e o amplo recurso de saturação, chamado Brute Factor. Pode-se dizer que é possível fazer qualquer som para música eletrônica, pop ou rock com ele, mas estão nos Leads agressivos o poder desse menino. Com conectividade USB esse sintetizador pode mandar sinal MIDI polifônico com sensibilidade à velocidade sendo um grande aliado na produção musical eletrônica com computador. Nada que o Sub Phatty não faça, sem querer ser tendencioso...
Daí veio o Korg MS-20 mini. Os japoneses lá na Korg devem ter dito: - 我々は再びMS-20を起動します?Fizeram isso, mantiveram todos os recursos clássicos do MS-20, incluindo o patchbay, só que dessa vez a conexão é via cabinhos amarelos com coenctores P2 e o teclado diminuiu de tamanho (86%), mas mantiveram as características dos osciladores e filtros do original. Até a voltagem de 5V do circuito foi mantida. É o mesmo sintetizador, só que menor. Qual a consequência que esse lançamento traz? Minha conta bancária vai ter que diminuir ainda mais, pois não posso deixar o SubPhatty e o MiniBrute sem amigos.
A Korg também lançou um sintetizador moderno, o King Korg. Esse tem aquele circuitinho valvulado "paia" de baixa voltagem que garante uma saturação homeopática, mas o som que sai desse teclado é incrível! Super moderno, mas o probelma é que a maioria dos sons dele vindo dos presets já foram usados em centenas de hits, portanto se você quer fazer cover está perfeito, se você quer criar coisas novas, melhor pegar os monofônicos citados acima. Esse vou deixar passar.
A Novation também deu seus pulinhos e lançou na Musikmesse o BassStation II. Particularmente não fiquei muito excitado por já conhecer o Bass Station original, mas esse parece que ganhou esse revamp atual com o "gritiness" embutido, mais alguns recursos interessasntes, mas, para a falar a verdade, vou dar um bypass nele também. Quer saber? Eu não reclamaria se ganhasse um.
Falar do Dave Smith é fácil. Mais fácil ainda é falar do Prophet, teclado que marcou o Rock e o Pop no mundo em pelo menos 3 décadas. Agora o próprio lúcido e espetacular Dave Smith criou o Prophet 12, com 12 notas de polifonia, 5 osciladores, filtros, arpejador e efeitos, sem mencionar toda uma vasta gama de possibilidaes de modulação. Som? Como dizem os americanos: Earth Shattering! Mais algum adjetivo é necessário? Quem não quer um Prophet? Eu quero! Qual banco está com a melhor taxa de juros mesmo?
Opa, esse sim também está na minha lista, mas seu preço nada amistoso faz ele balançar para o lado negro da força. Agora o Nord Lead 4 tem efeitos e arpejador que se sincronizam ao BPM definido e três curiosas teclinhas de morph que permitem o usuário migrar para diferentes setups na distância de um apertar de botão, legal, mas não vi um glide para esta função e não sei se me interessa uma mudança repentina de som, pode soar como uma mudança errada de preset, sei lá. Credo, que comentário mais careta. Com certeza é um recurso interessante e daí que muda repentinamente? O som é bem legal (para um sintetizador digital). Nord né, mas ele aparece abaixo do Virus Ti na minha lista. Eu compraria a versão Rack.
A Roland que deveria ter lançado essa série, quem sabe logo mais ela aparece com uma nova TR-808 e suas colegas? Bem, essa série espetacular da Korg, empresa que está literalmente arrebentando no quesito teclados, workstations e sintetizadores traz a série Volca que tem um sintetizador específico para Baixo (Volca Bass) com um TB invisível em seu chassi, outro para bateria que tem um TR disfarçado no logo (Volca Beats) e um sintetizador polifônico inspirado no MiniKorg 700s de 1974 (década boa viu..) chamado Volca Keys. Todos são portáteis, analógicos, têm som incrível, lindos, cheios de recursos simples e avançados e o melhor de tudo: baratinhos! Bem baratinhos! Tipo 150 dólares cada. Quero todos os três, LOGO!
Aqui vai a lista com os 10 sintetizadores que julgo serem os mais interessantes desses últimos anos e note que a maioria foi lançada nesse ano:
8. Korg Volca (todos os 3)
9. Teeenage Engeneering OP-1
Obviamente não podemos querer (e nem podemos) ter tudo, pois o mundo não funciona assim. Eu não posso reclamar se não tenho essa lista aí de cima, já tenho muitas coisas que me deixam feliz e me levam a lugares que só a arte pode levar, mas um Moogzinho cairia bem e não seria nenhuma loucura. E os instrumentos virtuais, você deve estar se perguntando? Eles são substitutos viáveis sim e custam muitas vezes menos, claro! Tivemos o lançamento do iMini da Arturia que é o minimoog para iPad que é bem legal, o Komplete 9 com trilhões de possibilidades sonoras e mais mil outros, mas acredito no que o Bob Moog diz: Tem gente que consegue se conectar com o que acontece dentro das placas e circuitos analógicos. Não uma conexão física, mas algo que gira entre a cabeça e o instrumento. E me permito ir mais além: A gente se conecta com tudo, violões, microfones, prés e principalmente às coisas que gostamos, mas um sintetizador analógico vivo é uma experiência única. Eu entendo eles.
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