Summing Mixers: A tendência para seu setup de Pro Tools
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Summing Mixers: A tendência para seu setup de Pro Tools


Sonhar faz bem!
Por isso que a gente dorme todo dia e acorda revigorado no dia seguinte.
É certeza que foi o sonho que nos ajudou na noite passad, permitindo o encontro com aquela amiga secreta ou flutuar pela praia de Maragogi ou ver o gol decisivo do nosso time no campeonato ou andar de Porsche ao redor do lago de Commo ou mixar em uma SSL Duality. Sonhar para mim é meio caminho para a realização, uma espécie de planejamento.

Eu não posso afirmar com certeza se os sonhos são coloridos, mas com certeza eles tem som, pois costumo sonhar que estou tocando e mexendo em equipamentos e acredito que sonhar que a própria música está tocando lindamente deve estar presente em muita noite bem dormida por aí também.

Sonhar é bom, sonhar acordado também é bom, sonhar com o futuro também é legal, mas vivenciar que o som sai chocho do estúdio não tem graça e alguma coisa deve ser feita de verdade para que ele venha na cara, como se diz em bom linguajar da área. Estudar nos deixa careca, portanto deve estar dando certo, assim eliminamos a ignorância dessa competição de vilões. O problema deve estar nos equipamentos então, pois dificilmente está no software.

Nessa perspectiva o fluxo de sinal dentro do Pro Tools passa a não ser tão importante quanto se pensa. O fluxo de sinal fora do Pro Tools é que é muito mais crítico e importante. Na verdade quero dizer que dentro do Pro Tools o seu sinal de áudio está seguro, especialmente se você está trabalhando em uma sessão em 32Bits já no Pro Tools 11, pois o headroom teórico é infinito. O Pro Tools não degrada o áudio que passa por ele, a não ser que você queira ou faça algo errado. Sendo assim, ao manter o sinal de entrada e de saída em níveis satisfatórios nos medidores (abaixo de 0dbFS) garante boa quantidade de bits no mix bus e na conversão AD e DA criando trabalhos salutares, tanto no modo in the box (tudo dentro do Pro Tools) como com periféricos.

Trabalhar in the box parece ser o modelo mais usual. Muita gente mixa usando o mixer interno do Pro Tools, adicionando plug-ins e no máximo fazendo inserts físicos, mas poucos mixam fora do Pro Tools, pois consoles que se prestam para esta tarefa estão cada vez mais raros, entretanto os Summing Mixers estão se popularizando e não é difícil achar gente interessada no assunto e sonhando com o futuro.

No marcado tem várias opções, mas um modelo híbrido que me deixou animado foi a The Box, da API. Ok, desanimado na verdade devo adminit, pois meu orçamento não comporta uma dessas e seria um sonho impossível. Outro que chama a atenção é o 5059 do ilustríssimo (e Sir) Sr. Rupert Neve, mas tenho medo de pedir cotação e de viver oniricamente para sempre.

Figura 1 - API The Box - Sonho meu, sonho meu...

Particularmente fascinado por essa onda do Summing Mixer vi meu homestudio de produção particular migrar para essa tipologia. O centro passou a ser um produto que vai além do padrão ao trazer todas as boas características de um pequeno console de soma de alta qualidade e também alguns agrados extras sem ser um sonho impossível, a SSL X-Desk, que apesar de salgadinha, tem preço equivalente ao de um periférico de padrão benchamark (como a SSL gosta de se autoclassificar), portanto fica aqui a dica: se você ainda está naquela onda antiquada de investir em mais pré-amplificadores e mais periféricos, como eu estava, chegou a hora de acordar e pensar em investir na próxima vez em um produto desse tipo. Obviamente para investir em um produto como esse é necessário ter-se uma base bem sólida no estúdio, principalmente pré-amplificadores e conversores e ter a consciência de que alguns extras serão necessários, mas você irá ficar surpeso com o fato de ser possível tirar um som muitas vezes melhor com apenas alguns poucos produtos, pelo mesmo preço de um setup convencional complexo.

Figura 2 - SSL X-Desk - Vivo sonhando, sonhando mil horas sem fim...


Agora é o momento da popularização dos Summing Mixers, produto tradicionalmente direcionado ao pessoal de masterização que sabe que a passadinha do sinal digital pelo mundo analógico faz uma diferença ímpar.

Como eu disse, o Summing Mixer é um equipamento específico muito usado na rotina de masterização, tipo uma mesinha simples e ele tem algumas qualidades próprias. Nele entram sinais (das saídas do Pro Tools, por exemplo) e você pode insertar periféricos em cada canal ou no master bus (depois da soma), mas o Summing Mixer por si próprio já dá aquela cor, sem necessidade de periféricos. Os periféricos agem apenas como ferrametnas extras, apesar de contribuirem também para o colorido, mas não são fundamentais, excetuando-se no ambiente da masterização. Depois o sinal volta em estéreo para o Pro Tools e é gravado novamente, já bem vistoso. Resumindo: é isso, mas você pode adaptar essa rotina ao seu trabalho como quiser, por exemplo:

Imagine um Summing Mixer de 8 canais e uma sessão com 32 pistas. Como a mesinha de soma limita-se a 8 fluxos de sinal independentes é necessário rotear as pistas da sessão para subgrupos antes de saírem do Pro Tools, caso a gente queira que toda a sessão passe pela mesinha (obviamente que sim). Um conjunto de 8 subgrupos então deve ser criado no Pro Tools e todas as pistas devem ser organizadas nestes, que então seguem ao Summing Mixer via as saídas analógicas após o estágio DA da interface de áudio. Lá eles encontram a mágica que só um Summing de gabarito pode oferecer e voltam ao Pro Tools (leia-se conversor AD) para serem gravados novamente em duas pistas. Se você quiser (e puder) ir mais longe, basta insertar nos canais da mesinha de soma um EQ ou compressor preferido ou fazer uma mandada auxiliar para um outro processador e mais mágica acontece.

Esse processo que gera calor analógico depende da construção de cada produto e cada um dos diferentes fabricantes terá um som diferente, não necessariamente melhor ou pior. A API foi um pouco mais longe na The Box e incluiu 4 canais extras com pré-amplificação, dois equalizadores e dois compressores, que pode ser insertado no master bus ou nos canais pré-amplificados, assim pode-se usar ela para gravar qualquer coisa com a personalidade API sem precisar de mais coisas. Se precisar de mais som, tem slots no padrão 500 disponível para mais pérolas e a integração com uma Lunchbox é pra lá de simplória. Fantástico, mas eu não estou podendo.

Figura 3 - API Lunchbox - Um chassi que pode ter o que você quiser para insertar.


O X-Desk da SSL, por outro lado, me pareceu mais interessante, apesar de igualmente salgado, porém nem tanto. A primeira característica técnica que mais chamou a minha atenção foi a presença de 16 canais, embora aparentemente pareçam ser apenas 8. São duas entradas independentes por canal, assim dá para fazer o sequinte esquema:

Como cada canal tem duas entradas você pode usar uma delas para mandar sinais para serem gravados no Pro Tools ou apertando o botão Alt ativa-se a outra entrada, que pode ser uma saída do Pro Tools, por exemplo, apropriada para mixar as pistas das suas sessões na mesinha. Então, quando for gravar, passo tudo pela X-Desk indo ao Pro Tools, quando for mixar, aperto o botão ALT e mixo na X-Desk. Nada impede que eu tenha canais saíndo do Summing Mixer e indo para o Pro Tools e outros voltando ao mesmo tempo dele, mas há mais um detalhe. Minto. Vários.

Cada canal tem insert também, assim dá para insertar periféricos e esse summing não foge à regra da tradição SSL onde as mandadas dos inserts estão sempre ativas, portanto aproveito para poder mandar o sinal para um filtro da Moog, por exemplo. Ao apertar o botão de insert o retorno é ativado e configura-se o padrão permitindo o insert propriamente dito.

Agora os detalhes: não há pré-amplificadores presente nos canais, nem equalizadores e nem processadores de dinâmica, nem tampouoco o cultuado master bus compressor no master bus, apenas um trim de +/-20dB para a entrada de linha e um inversor de fase, portanto para gravar fontes acústicas necessariamente tenho que usar um pré-amplificador externo. Nada que um UA 4710 não resolva com classe e à altura.

Figura 4 - UA 4710 - Classe e preço justo.


Outra coisa interessante é que nessa mesinha (tá gostando né!) além das mandadas auxiliares está presente uma central completa de controle de monitoração e talkback, muito bem elaborada, mas obviamente o que é mais importante não são os recursos e sim o som. E aí que está o verdadeiro toque. Passar tudo por uma mesinha da SSL abre o som, dá aquele detalhe perdido no universo do arredondamento digita criando uma atmosfera sublime que dissipa a mente dos ouvintes levando-os à fronteira entre o real e o imaginário...ronc.

Muito bem. Até agora fechei o setup em uma X-Desk, um UA 4710 e uma Apollo 16, tudo ligado no Pro Tools bonitinho para poder gravar e mixar passando pela SSL e aqui vou eu rumo ao universo do alto gabarito. O orçamento foi "modesto", praticamente o mesmo que um estúdio bem montado no padrão normal, só que com poucas porém boas coisas, que são muito mais fáceis para ligar e muita qualidade de captação e de mixagem está presente.

Vamos ver abaixo como ficaram os roteamentos:

Primeiro o universo da gravação via SSL:
Só vai ser possível gravar 8 canais simultâneos com a SSL, entendo isso e não preciso de mais. Caso eu queira mais canais existe uma expansão, por mais Cloreto de sódio, mas opto por fazer overdubbing sem culpa.
O 4710 vai me dar 4 prés, portanto já cosigo fazer uma boa captação, mas se precisasse gravar uma bateria um 4710 adicional pode compeltar o time no futuro.
A saída de linha dos prés entram nas entradas de linha da X-Desk.
A saída Direct Out de cada canal da X-Desk segue para as entradas 1-8 da Apollo.
O Insert está lá para quando eu precisar. Individual por canal.
Daí é só ligar o Rec no Pro Tools e gravar.

Agora para a mixagem via SSL:
Com a X-Desk é possível mixar até 16 canais, fazendo as entradas altrantivas serem roteadas ao mix bus via CUE, sendo assim aproveito e ligo as 16 saídas da Apollo 16 na X-Desk. Aperto o botão ALT para cada canal nela para ativar as segundas entradas de cada canal e reteio as entradas alternativas ao mix bus.
Mando as saídas master da X-Desk para duas entradas da Apollo.
No Pro Tools faço 16 subgrupos e mando-os sair pelas saídas de 1 a 16 da Apollo. Novamente os inserts estão esperando algo a mais quando necessário.
Se quiser ampliar ainda mais o colorido, uso plug-ins UAD.
Gravo no Pro Tools a soma.

Isso é só um exemplo de como o som frio do universo digital pode ser aquecido pelo calor analógico, mas você não precisar ter um setup inglês para ser feliz, tem tanta mesinha de som bacana por aí que são honestas e muito mais em conta, que tem pré-amplificadores, compressores, limiter, gate, filtros, subgrupos, máquinas de efeitos, mandadas auxiliares, equalizadores gráficos, interface de áudio integrada de 16 canais com conversão firewire, baixa latência, eliminação de Jitter, integração com WIFI, controle via iPad, um arsenal de aplicativos interessantes, compatibilidade absoluta com o Pro Tools (a partir do 9) e a possibilidade de integrar-se no melhor estilo Summing Mixer com definição de mandadas e voltas da DAW através de um simples botão no painel.

Bip, bip, bip, bip, faz o despertador.
Até que enfim, é sábado!
Levanto da cama revigorado, tomo café da manhã e me arrumo apressado com muita vontade de ligar meu homestudio e gravar meu próximo sucesso do Soundcloud através da minha nova Summing Mixer. Quem sabe dessa vez eu rompo os 2000 acessos. Olho a minha volta e vejo o mundo que tenho e que adoro, meus instrumentos, meus monitores, meus equipamentos e sonho com uma nova Summing Mixer que é passível de virar realidade, a StudioLive 16.0.2 da PreSonus.

Figura 5 - PreSonus 16.0.2 - Summing Mixer para todos.






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